1. Qual a grande prioridade e propósito do homem? A grande prioridade e propósito do homem é amar a Deus com todo o seu ser: coração, alma, mente e força (Mc. 12:29-30).

2. Por que esta é a grande prioridade e propósito do homem? Amar com todo o ser é adoração: expressando a valia e valor devido a Deus (Sal. 29:1-2). O homem foi criado para expressar essa glória (Is. 43:3), como portadores da imagem (Gên. 1:26-27), assim como toda a ordem criada é refletir e magnificar a dignidade de Deus (Sal. 150, Ap. 4:11).

3. Por que todas as criaturas magnificam a dignidade de Deus? Deus é Belo (Jó 40:9-10). O Deus Triúno é a perfeição de toda excelência no Ser, a mais deleitosa conjugação de todos os atributos da Deidade, a essência da verdade e da bondade e a expressão mais admirável e doce dessa beleza. Esta glória exige a resposta apropriada de maior prazer e admiração (Sal. 113:3).

4. Por que Deus se deleita com essa adoração? Deus se deleita em Sua própria glória acima de todas as coisas, sabendo que a ampliação de Sua glória é o bem maior de todos.

5. Por que o homem deve se deleitar com essa adoração? Nada é mais razoável, e nada é mais proveitoso do que o homem amar o que é mais belo (Sal. 73:25)

6. O que se entende por amar a Deus com todo o ser do homem? Amar a Deus com todo o ser é amá-Lo por si mesmo, não como um meio para um amor superior, mas em sentido último, deliciar-se e depender dele.

7. Por que Deus não deve ser amado como um meio para outro fim? Deus é o único Deus, o único digno do amor supremo (Sal. 115:1) e não um instrumento para algum outro amor, pois todas as coisas são d’Ele, e por Ele e para Ele (Rom. 11:36).

8. Podemos amar qualquer coisa ou alguém além de Deus? O amor último por Deus exige que amemos tudo quanto Deus ama, por causa dele (Mat. 10:37).

9. Como podemos amar pessoas ou coisas por causa de Deus? Primeiro, podemos amar o que reflete e revela o Criador (Tg. 3:9, Sal. 19:1, Tg. 1:17). Em segundo lugar, podemos amar tudo quanto Deus nos ordena como um ato de obediência amorosa (Jo. 14:15, 13:34, IPed. 2:17). Em terceiro lugar, podemos amar o que Deus ama e odiar o que Ele odeia (Mat. 5:43-45, 25:31-46, Pv. 6:16-19, Filip. 4:8).

10. Que tipo de amor devemos dar a Deus? Nosso amor por Deus deve corresponder à Sua supremacia e Sua santa natureza. Ele deve ser o fim de nossos amores, e devemos amá-Lo com afeição ordenada.

11. O que é afeição ordenada? A afeição ordenada é o desejo santo por Deus, na intenção e nas expressões, que correspondem à natureza de Deus.

12. Qual é o perigo de amar a Deus erroneamente? Nossos corações podem nos enganar em amar um deus à nossa própria imagem, ou nos alegrarmos com nossos próprios sentimentos. Deus é não é digno de afeição exagerada e de expressões de adoração imponderadas.

13. Como podemos amar Deus em primariamente, de forma suprema e apropriada? Deus deve revelar-se graciosamente a nós mesmos (Mat. 11:25-27, IJo. 4:19), e então ensinar nossos corações a responder adequadamente a Ele (Sal. 34:11, Filip. 1:9-11, Heb. 5:14) .

14. Como Deus se revela? Dentro da Divindade Trinitária, as Três Pessoas operam de forma diferente e ainda em harmonia para ampliar a beleza de Deus e levar os pecadores a provar e ver esta glória (Ef. 1:3-14).

15. Como o Pai magnifica a beleza de Deus? O Pai magnifica a glória de Deus como Observador, ao deleitar-se e declarar sua singularidade a todos (Is. 42:1, Mat. 3:17, 17:5).

16. Como o Filho magnifica a beleza de Deus? O Filho magnifica a glória de Deus como Beleza, ao expressá-la e ao exibir sua beleza radiante (Jo. 1:14,18, 14:9, Col. 1:15, Heb. 1:3).

17. Como o Espírito magnifica a beleza de Deus? O Espírito magnifica a glória de Deus como Embelezador, difundindo sua beleza e revelando-a como Ele deseja (Jo. 15:26, 16:14).

18. Como o amor em Deus por Deus afeta o nosso? O amor de Deus para consigo mesmo é imputado a nós na justificação, e nos foi transmitido pela obra da santificação (Jo. 17:26, 14:23, Rom. 5: 5, IJo. 4:19).

19. Como amamos a Deus como o Pai ama? Nós amamos como o Pai ama quando vemos a beleza de Deus e confessamos a singularidade absoluta de Deus, amando-O como um fim e não como um meio. (Deut. 6:4-5, IJo. 5:21).

20. Como amamos a Deus como o Filho ama? Nós amamos como o Filho ama quando ao erguer-se dessa contemplação, desejamos nos tornar semelhantes à Sua glória pela transformação à Sua imagem, imaginando a semelhança de Cristo em tudo o que pensamos e fazemos (Jo. 14:15,21, IICor. 3:18).

21. Como amamos a Deus como o Espírito ama? Nós amamos como o Espírito ama quando nesta semelhança de Cristo, origina-se um desejo de espalhar o louvor e a glória de Deus para toda a criação (ICor. 10:31, Filip. 1:20-21).

22. O que, então, é amar a Deus? Amar a Deus é contemplar a Sua glória, tornando-se como a Sua glória e bendizendo a Sua glória como nosso fim supremo e desejo último.

23. Como Deus cumpre esse amor em nós? Deus lança Seu amor exterior em nossos corações pelo trabalho da graça: mudando nossa natureza para amar Sua glória, mudando nossa exposição à Sua glória em Sua presença e mudando aquelas influências nutritivas em nossas vidas que moldarão nosso amor por Ele. (Deut. 30:6, Jer. 31:33-34, Ez. 11:19-20, IICor. 3:3).

24. Como a glória de Deus é vista e amada? A glória de Deus é conhecida onde Sua presença é revelada (Êx. 33:12-34:7).

25. Como a presença de Deus é manifesta? A presença de Deus é manifesta em três graus crescentes: primeiro, Sua presença refletida, manifesta-se de forma onipresente na ordem criada (Sal. 139:7-12); segundo, Sua presença revelada, manifestada por Seu Filho Encarnado e a iluminação de seu Espírito residente (Jo. 14:23); em terceiro lugar, Sua presença realizada, manifestada no céu (Ap. 21:3).

26. Qual é a glória da nova aliança? Após a ascensão de Cristo, a presença revelada de Deus pode agora ser conhecida através da habitação do Espírito (Jo. 14:16-23), pois estamos em Cristo, e Cristo está em nós (Jo. 6:56, cf. 17:23, 17:26, Gál. 2:20 Ef. 1:3, Col. 1:27).

27. O que devemos fazer em Sua presença para contemplar a Sua glória, nos tornarmos como a Sua glória e embelezarmos a Sua glória? Cristo nos ordena que permaneçamos: habitando em um estado de comunhão no qual o contemplamos, o reflitamos e magnifiquemos (Jo. 15:4-5, Ef. 3:16-19).

28. O que Deus fez para nos permitir cumprir Sua presença? Cada uma das Pessoas da Divindade tem operado de forma diferente e ainda em uníssono para permitir que os crentes comuniquem com Deus em Sua presença e, assim, amem-no verdadeiramente (IPed. 1:2).

29. O que o Pai fez para nos capacitar a permanecer na presença de Deus? O Pai nos escolheu amorosamente em Cristo antes da fundação do mundo (Ef. 1:4-6; IPed. 1:2), e assim nunca nos condenará (Rom. 8:34) ou nos abandonará (Heb. 13:5; Jo. 10:27-29), mas nos adotou na família d’Ele (Ef. 1:5) e reservou nossa herança (IPed. 1:4). Este amor nos leva a adorar em Sua presença.

30. O que o Filho fez para nos capacitar a permanecer na presença de Deus? A vida perfeita do Filho, a morte, a ressurreição, a ascensão e a obra como Sumo sacerdote propiciaram a ira de Deus (IJo 2:2), perdoou nossos pecados (Col. 2:13-14; Ef. 1:7), nos justificou (Rom. 5:1; IICor. 5:21), nos reconciliou com Deus (Rom. 5:10; Col. 1:21; IICor. 5:18), nos regenerou e nos deu vida eterna (Col. 2:13, Jo. 1:12), nos santificou (ICor. 6:11), e nos assentou com Cristo nos lugares celestiais (Filip. 3:20, Ef. 2:6) através da nossa união com Ele (Rom. 6:4-10). Sendo assim aceitos (Ef. 1:6) e completado (Col. 2:9-10), temos toda a permissão para adorar em Sua presença (Heb. 10:19-22).

31. O que o Espírito fez para nos permitir permanecer na presença de Deus? O Espírito nos regenera (Tt. 3:5; Jo. 3:3-9), e então habita em nós (ICor. 6:19, Rom 8:9-10), transmitindo assim a própria vida de Cristo e a natureza divina (Gál. 2:20; IJo 3:24), sendo o selo e a garantia da nossa futura glorificação (IICor. 1:22; Ef 1:13-14; 4:30). Estando o Espírito de Deus habitando nosso espírito, revela as coisas de Deus (ICor. 2:10-13) usando a Palavra de Deus e iluminando a beleza de Cristo ao coração solícito (Jo. 15:26, 16:14), dando-nos os dois desejos e capacitação para amar a Deus (Filip. 2:13). Temos assim o poder de adorar em Sua presença.

32. O que ocorre quando permanecemos? Permanecer é um ciclo triplo de comunhão e convicção, confissão e consagração, purificação e conformidade.

33. O que se entende por comunhão com Deus? Comunhão com Deus é contemplar a glória do Deus Triuno, direta e indiretamente, diante de Jesus Cristo (IICor 3:18-4:4), pois o Espírito Santo ilumina nossa imaginação com a verdade, resultando em um desejo de abençoar e magnificar essa glória, e tornar-se mais como ele em caráter.

34. Por que a glória de Deus é vista diante de Jesus Cristo? O Filho sempre foi o resplendor da glória de Deus e a expressão perfeita de Deus (Heb. 1:3, Jo. 1:18, 14:9), e o Pai escolheu fazer dele o ponto focal da salvação e do culto (Ef. 1:10-12; Filip. 2:9-10; Col. 1:16-20).

35. Como o Espírito é o meio de comunhão? O Espírito é ele mesmo a comunhão entre o Pai e o Filho, e Sua habitação nos permite ver como o Pai age, tornar-se como o Filho é, e embelezar como Ele embeleza. O modo primário do Espírito de revelar Cristo nesta era tem sido inspirar as Escrituras (IIPed. 1:21; IITim. 3:16), habitar os crentes  (ICor. 6:19) e então iluminar os corações para entender a mente de Deus em Cristo (ICor. 2:1-14).

36. Como vemos a glória de Deus diretamente? Nós contemplamos a glória de Deus diretamente quando buscamos Sua presença revelada na Palavra de Deus, através do culto público e privado: meditação, oração e louvor.

37. Como vemos a glória de Deus indiretamente? Nós contemplamos a glória de Deus indiretamente quando buscamos Sua presença refletida em Suas obras da criação, redenção e providência, através da adoração perpétua: obediência, gratidão, serviço, discernimento e administração de nossas diversas vocações.

38. O que se entende por iluminação? A iluminação é a obra do Espírito Santo de abrir os olhos de nossas afeições (Ef. 1:18) para reconhecer e experimentar a realidade e a beleza da verdade sobre Deus.

39. O que se entende por imaginação? A imaginação é essa faculdade que interpreta e constrói a realidade, e nos permite compreender tanto o visível quanto o invisível.

40. Como devemos contemplar Deus em Sua presença revelada e refletida? Nós devemos olhar persistentemente (Luc. 11:5-13, 18:1-8) e deliberadamente sobre a Sua Palavra e suas obras, buscando diligentemente Sua Pessoa (Prov. 2:1-5), como nosso supremo deleite e dependência.

41. Quais são as respostas de uma nova natureza à iluminação? Contemplar a glória de Deus conduz à bênção e ao embelezamento de Deus em admiração de adoração (Êx. 33:13-18; Sal. 27:4) e desejando uma união mais profunda e conformidade para com tal beleza (IJo. 3:2).

42. O que se entende por convicção? A convicção é a obra do Espírito sobre nossas consciências renovadas, alertando-nos para às maneiras que ficamos aquém da glória de Deus (Jo. 16:8-11, Heb. 4:12)

43. Como a convicção ocorre? Primeiro, a consciência, agitada pela obra do Espírito, nos avisa antes de pecar e nos acusa depois de pecar (Jo. 8:9; Rom. 2:15). Em segundo lugar, o puro contraste que sentimos entre Deus e nós mesmos, quando o encontramos, nos convence que mudanças são necessárias (Is. 6:5; Jó 42:5-6; Luc. 5:8).

44. Do que o Espírito nos convence? O Espírito nos convence do pecado e da necessidade de mudança em um grau adequado à nossa relativa maturidade em Cristo (ICor. 2:11, Prov. 20:27, Heb. 5:14).

45. Como devemos responder à convicção? Atos regulares de confissão e consagração são respostas verdadeiras e amorosas à convicção do Espírito (IJo. 1:9, Rom. 12:1).

46. O que se entende por confissão? A confissão é o acordo da mente e do coração com a convicção de Deus (IJo 1:9). A mente concorda com a pecaminosidade do pecado e aceita sua culpa (Sal. 51:3-4). O coração concorda que tem amado o que Deus odeia e odiou o que Deus ama, e se revolta tristemente contra um amor tão desordenado (IICor. 7:10), abandonando-o pelo sangue purificador de Cristo e pelas verdades da justificação (Prov. 28:13; Miq. 7:8-9).

47. O que resultará da nossa recusa em confessar? Quando nos recusamos a confessar, experimentamos a esterilidade da alma e a sequidão espiritual (Sal. 106:15, 32:3-4), e endurece os nossos corações para adorar a Deus (Sal. 95:6-8), ao perder a ousadia de se aproximar de Deus em comunhão (Heb. 10:19-22).

48. Por que se recusa a confessar a loucura? Recusar-se a confessar consiste em estar tentando fugir do Onipresente (Sal. 139:1-16), no intuito de encobrir nossos pecados (Prov. 28:13), evitando a Luz (Jo. 3:20) que ilumina a todos os homens (Jo. 1:9) ) e endurecendo nossos corações à implacável convicção do Espírito Todo-Poderoso (Sal. 139:7; Jo. 16:8).

49. Como Deus responderá às nossas recusas em confessar? Deus nos amaldiçoará amorosamente, trazendo sobre nossas almas a dor da comunhão retirada, as más consequências do pecado ou as provações purificadoras para nos purificar do nosso amor ao pecado e nos encorajar a confissão e à consagração (Heb. 12:5-11).

50. Que hábitos incentivarão a confissão? Devemos confessar o pecado no momento em que o percebemos, não vejamos nenhum pecado como pequeno demais para confessar a Cristo, recusar qualquer relutância a ir a Cristo e ser vestido com a  obediência de Cristo.

51. Como Deus receberá nossa confissão? Deus a recebe como o pai amoroso correu para encontrar seu filho pródigo (Luc. 15:20), porque Ele é tardio em se irar e abundante em compaixão (Sal. 103:8-10). Ele se deleita em mostrar misericórdia (Miq. 7:18) , e Ele é fiel e justo para nos purificar por causa do nosso Advogado, Jesus Cristo, o Justo (IJo. 1:9, 2:1-2).

52. O que se entende por consagração? A consagração é dedicar algo à santa glória de Deus.

53. O que devemos consagrar a Deus? Tudo o que não pode ser amado por causa de Deus não deve ser amado; tudo o que pode ser amado por causa de Deus deve ser consagrado a Ele (Filip. 4:8).

54. Como devemos consagrar todas as coisas lícitas a Deus? Devemos apresentar nossa vida inteira como uma oferta de sacrifício (Rom. 12:1), fazendo todas as ações por causa de Cristo (Col. 3:17,23), fazendo tudo para a glória de Deus (ICor. 10:31) e fazendo tudo o que fizermos em amor (ICor. 16:14), uma vez que depende da Sua habilidade para fazê-lo (Col. 1:29; IICor. 9:8; Deut. 33:25; ICor. 15:10).

55. Ao que a confissão e a consagração nos levarão? Nossa confissão e consagração conduzem à purificação de Deus em nós (IJo. 1:9).

56. O que se entende por purificação? A purificação contínua do cristão não é a limpeza de sua culpa judicial, mas a obra santificadora de praticamente transmitir a justiça de Cristo à sua alma (Jo. 13:9-10).

57. O que é purificado no cristão? Primeiro, sua consciência é limpa da acusação e do senso do descontentamento do Pai (Sal. 51:12-15) e re-sensibilizada para a santidade. Em segundo lugar, ele é purificado da impureza moral (IICor. 7:1), quando ele foge do pecado (ICor. 10:13; IITim 2:22), mortificando seu poder (Col. 3:5), não dando-o disposição (Rom. 13:14), e lança fora o velho homem. Isso o leva a uma maior conformidade com Cristo.

58. O que se entende por conformidade com Cristo? A conformidade é a semelhança progressiva com Cristo na afeição, na mente e na ação que é transmitida ao crente que olha para Cristo (IICor. 3:18), procura afastar o velho homem e é renovado em sua mente (Ef. 4:22- 24), e caminha submissamente pelo poder do Espírito (Gál. 5:16-24).

59. Ao que a conformidade com Cristo conduz? A semelhança traz proximidade: Deus comunica a si mesmo à alma que mais progrediu na semelhança de Cristo (Tg. 4:8; Jo. 14:21, 15:9-10; Ef. 3:16-19). Com mais conformidade com Cristo, a comunhão é aumentada e o ciclo de profundo amor por Deus continua.

Comunhão > Convicção > Confissão & Consagração >

Purificação > Conformação > Comunicação >

60. Como a obra do Espírito neste ciclo também é conhecida? Graça: Ele concede a graça da convicção, a graça da purificação, a graça da conformidade e a graça da iluminação (Filip. 2:13).

61. Como essa graça é recebida e o ciclo mantido? A graça é sempre recebida através da fé (Ef. 2:8) – a fé de vê-Lo e de bendizê-lo em comunhão, a fé de tornar-se como Cristo na confissão e na consagração.

62. Do que é composta a fé? A fé é composta por uma submissão humilde simultânea à autoridade suprema de Deus (Tg. 4:6-7,10) uma quebra sobre o nosso pecado (vv. 8-9), e se aproximando de Deus por tudo o que Ele é (v. 8).

63. Como nossa fé é humildemente submetida? A fé abandona a contemplação e glorificação de si mesmo (Sal. 115:1; IICor 5:14-15) para uma vida inteiramente entregue para a glória de Deus (Rom. 11:36; Ec. 12:13), e submete-se a amar os amores de Deus supremamente (IICor. 5:9).

64. Como nossa fé deve ser quebrantada no espírito? A fé confessa a feiúra do pecado – odeia o que Deus odeia – e considera-se morto para o pecado e vivo para a justiça de Cristo (Rom. 6:3-14).

65. Como nossa fé está se aproximando de Deus? A fé procura a beleza de Deus como seu principal desejo (Sal. 27:4, 63:1-2; Êx. 33:18-19), de todo o coração (Jer. 29:13), intencionalmente (Prov. 2:1-6), persistentemente (Luc. 11:5-13) e ensinável (Sal. 50:21; Jó. 42:5).

66. De que maneira esse ciclo se assemelha ao Evangelho? O ciclo é iniciado e mantido pela graça de Deus e respondido com fé, onde há tanto as “mortes” de humilde submissão, quebrantamento, confissão e consagração, como as “ressurreições” de contemplação, bem-aventurança e bênção da beleza de Deus (Col. 2:6).

67. Como a fé é nutrida? A fé é nutrida através da prática capacitada pela graça das disciplinas espirituais (2Ped. 1:5-7).

68. O que é disciplina espiritual? A disciplina espiritual é uma imposição de ordem sobre a desordem para nutrir a comunhão com Deus (IITim 3:3-6).

69. Qual o primeiro propósito das disciplinas espirituais? O primeiro propósito das disciplinas espirituais é proporcionar a oportunidade para a comunhão com Deus, confessar nossos pecados, consagrar nossos amores e conformar nossas vidas (Dan. 6:10).

70. Qual o segundo propósito das disciplinas espirituais? O segundo propósito das disciplinas espirituais é treinar as habilidades, atitudes e hábitos fundamentais para a comunhão com Deus (ITim. 4:7).

71. Qual o terceiro propósito das disciplinas espirituais? O terceiro propósito das disciplinas espirituais é estruturar e moldar a vida de modo que seus ritmos, rotinas e rituais deem forma à imaginação geral e sensibilidades para a comunhão com Deus (Deut. 6:7-9).

72. Quais são os perigos associados à disciplina? Por um lado: preguiça (Prov. 26: 13-16), falta de vigilância (ITes. 5:6-8; IPed. 4:7) e apatia espiritual (Mal. 1:13, Ap. 3:16-17); por outro: devoção voluntária (Col. 2:23), orgulho espiritual (Luc. 18, 11-12), e agradar aos homens (Mat. 6:1-18).

73. Como evitamos esses perigos? Compreendemos que nenhum progresso é possível sem disciplina (IITim. 2:3-6), uma vez que entender que a disciplina é um meio de comunhão com Deus, e não o fim em si mesmo (IIRe. 18:4).

74. Como a disciplina está relacionada ao Evangelho? A disciplina exige que nós, pelo Espírito, mortifiquemos desejos e hábitos hostis à fé (Rom. 8:13), enquanto nos estimamos vivos à graça capacitadora da obediência (ICor. 9:27, Rom. 6:1-23).

75. Como reconciliamos o desejo e a auto-abnegação? O Espírito nos concederá os desejos (Filip. 2:13), mas esses desejos são inflamados e não extinguidos (IITim. 1:6, ITes. 5:19) quando respondemos pelo exercício desses desejos com ação vigorosa e sincera ( Filip. 2:12; Col. 1:29, ITim. 4:12), que exige a auto-abnegação (ICor. 9:25-27; Luc. 9:23; Col. 3:5).

76. Quais disciplinas nutrirão a fé e manterão na presença permanente de Deus? Devemos abraçar as disciplinas do culto privado, do culto público e da adoração perpétua.

77. Quais são as disciplinas do culto privado? As disciplinas do culto privado são a meditação, a oração privada e a memorização, que procuram contemplar refletir e ampliar a glória de Deus na solidão (Mat. 6:1-9).

78. O que a disciplina de meditação implica? A meditação é contemplar a glória de Deus em Sua Palavra, interrogando com reverência o significado da Escritura, particularmente em suas analogias, pela sua interpretação e aplicação, e muitas vezes acompanhado de registro no diário (Tg. 1:25; Sal. 1:2).

79. O que buscamos na meditação? Buscamos a mente de Deus sobre Si mesmo, Seu povo e o mundo, no qual encontraremos Sua glória (Sal. 119:15, IITim. 3:16-17).

80. O que a disciplina da oração privada implica? A oração privada responde às nossas meditações com a adoração da glória revelada de Deus, ação de graças por Suas obras, confissão de nossos pecados e consagração de nossas vidas, súplica por nossas necessidades e intercessão pelos outros (Col. 3:16, Filip. 4:6).

81. Como devemos orar? A oração vital e animada é orada na fé (Mat. 21:22), com total sinceridade (Mat. 6:7), e com persistência (Col. 4:2).

82. O que a disciplina de memorização implica? A memorização está se comprometendo com a memória das passagens das Escrituras e dos versículos cristãos, e regularmente refresca o que foi memorizado (Sal. 119:11)

83. O que pode nos ajudar nestas disciplinas? Um excelente livro de hinos, um livro de versos cristãos, um livro de orações, clássicos devocionais, um diário para escrever, listas de orações, auxílios de estudos bíblicos e um alarme para nos despertar.

84. Quais são as disciplinas do culto público? As disciplinas do culto público são reconhecimento, serviço, discipulado e adoração corporativa, as quais procuram contemplar, refletir e ampliar a glória de Deus na sociedade dos outros.

85. O que a disciplina do reconhecimento implica? O reconhecimento é repetidamente submetido à visão bíblica do nosso próximo como um meio de amar a Deus e pensar em todos os homens como tal.

86. Como o nosso próximo é um meio de amar a Deus? Podemos contemplar a glória de Deus no nosso próximo, pois esse vizinho reflete e revela o Criador (Tg. 1:17, 3:9; Sal. 19:1), como um ato de obediência amorosa (Jo. 14:15; 13:34; IPed. 2:17), e como meio de amar o que Deus ama e odiar o que odeia (Mat. 5:43-45; 25:31-46; Prov. 6:16-19; Filip. 4:8).

87. Quem é nosso próximo? Nosso próximo é o nosso pior inimigo, e quantos estão próximos de nós do que dele (Luc. 10:29-37).

88. O que a disciplina do serviço implica? O serviço é sacrificialmente satisfazer as necessidades de outros cristãos obedecendo às ordens dos outros (Jo. 13:34) e de nossos próximos não salvos fazendo-lhes como queríamos que se nos fizessem (Luc. 6:31), e assim amar a Cristo (Mat. 25:31-45).

89. O que a disciplina do discipulado implica? O discipulado está aumentando o número de adoradores por meio da instrução (Mat. 28:20), e o envolvimento da afeição (ITes. 2:7-9), da vida exemplar (ITes. 2:10, ICor. 11:1, ITim. 4:12, Tt 2:7), e do mentoreamento paciente e encorajador (ITes. 2:11-12).

90. O que a disciplina de adoração corporativa implica? O culto corporativo está é o reunir-se com uma igreja local do Novo Testamento no dia designado com prudência (Ec. 5:1-2), para reunir a mente e o coração com outros crentes para publicamente ler a Palavra publicamente (ITim. 4:13, Col. 4:16), pregar a Palavra (IITim. 4:1-2), orar a Palavra (ITim. 2:1-2, 8), cantar a Palavra (Ef. 5:18-19; Col. 3:16) mostrar a Palavra publicamente (as ordenanças) (Luc. 22:19, Mat. 28:19-20) e responder com gratidão (ICor. 16:1-2).

91. Quais são as disciplinas do culto perpétuo? As disciplinas do culto perpétuo são a gratidão, o discernimento, o jejum e a mordomia, que buscam contemplar, refletir e magnificar a glória de Deus em Suas obras de criação, redenção e providência.

92. O que a disciplina de gratidão implica? A gratidão está recebendo tudo o que é bom e legítimo na criação com prazer receptivo e ação de graças consciente (ITim. 4:4; ITes. 5:16-18; Tg. 1:17).

93. O que a disciplina do discernimento implica? O discernimento é julgar o significado de todas as coisas na criação através de um exame obediente de todas as coisas (ITes. 5:22, Ef. 5:10; Heb. 5:14; Filip. 1:9-11, 4:8), uma busca da sabedoria e entendimento (Prov. 2:1-7), e uma imersão no bom julgamento dos outros (Prov. 13:20; Heb. 13:7).

94. O que a disciplina da mordomia implica? A mordomia conscientemente consagra objetos e atividades para a glória de Deus, vendo tudo como dons e chamados para serem administrados por Ele (ICor. 4:1-7).

95. O que a disciplina do jejum implica? O jejum é a abnegação deliberada dos prazeres da criação para permitir a oração e um espírito de súplica humilde para períodos focalizados de necessidade espiritual.

96. Como essas disciplinas permitirão a grande prioridade da vida? Essas disciplinas nutrirão ao contemplar, refletir e ampliar a glória de Deus, seja em privado, sociedade, ou submergida em obra ou lazer.

97. Qual é a nossa esperança última? Nossa esperança última é ver a glória de Deus em Sua presença realizada (Ap. 21:2-3, 22:4; Jo. 17:21-26), onde veremos a Sua beleza para sempre (Sal. 27:4, 23:6).

98. Como compareceremos com Deus em Sua presença realizada? Nós o contemplaremos sem a maldição de corpos corrompidos e almas parcialmente cegas (Ap. 21:4-5, 22:1-3), sem pecado ou outros pecadores (Ap. 21:7-8, 27; ICor. 6:9-11), então não haverá confissão de pecado ou necessidade de purificação.

99. O ciclo de comunhão continuará no céu? Embora nós seremos como Ele, nossa visão d’Ele nos levará a uma união e semelhança cada vez mais profundas (IJo. 3:2, IICor. 3:18), à medida que nos desenvolvemos de um grau de glória para outro (Jo. 17:22; Ef. 3:18-19)

100. Como essa esperança afetaria nossa grande prioridade e propósito? O fim que devemos propor a nós mesmos é tornar-se, nesta vida, os adoradores mais perfeitos de Deus que possamos ser, como esperamos ser por toda a eternidade.

Por David de Bruyn,
Publicado em Religious Affections, em 25/10/2016

Fonte: <http://religiousaffections.org/articles/articles-on-worship/a-worship-catechism-1/>.

Traduzido em Português por Ícaro Alencar de Oliveira. Rio Branco, Acre, Brasil. Em 19/02/2018. Primeira Edição.

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