Muitos calvinistas ensinam que a regeneração precede a fé. Dizem que uma pessoa deve nascer de novo antes de crer. Eles argumentam que a nova vida vem antes da fé.

John Piper, um pastor calvinista, expressa desta forma:

“Podemos dizer, primeiro, que a regeneração é a causa da fé […] Ter sido nascido de Deus resulta em que nós cremos. Nosso crer é a evidência imediata da geração de Deus.”[1]

Gordon Olson, um erudito não calvinista, escreve:

“Os calvinistas extremados põem o novo nascimento antes da fé, pois creem que os seres humanos espiritualmente mortos não podem exercer fé e, portanto, precisam nascer de novo antes de poderem crer.” [2]

Eu não concordaria com Olson que esta doutrina é necessariamente uma forma “extremada” do Calvinismo porque a maioria dos principais calvinistas hoje a adere. Em vez disso, eu diria que este ponto nem sempre foi uniformemente compreendido e adotado da mesma maneira por todos os calvinistas, [3] o que é típico com muitos dos pontos mais controversos dentro do esquema calvinista.[4]

O ensino calvinista tem erroneamente exagerado os efeitos da condição caída do homem, resultando em uma má interpretação da responsabilidade do homem à luz da clara revelação de Deus. Os calvinistas dizem crer que os homens são “responsáveis”, mas não querendo dizer aquilo que a maioria das pessoas pensa quando ouve a palavra “responsável” (capaz de responder livremente e, portanto, culpado por essa resposta).

O que os calvinistas querem dizer é que a humanidade é justamente punida apesar de ter nascido “incapaz de responder” voluntariamente à revelação de Deus. Significa que eles não afirmam a capacidade moral humana de responder aos apelos de Deus para serem reconciliados de sua condição caída (como está implícito em IICor. 5:20; Jo. 3:16 e em outros lugares).

Os calvinistas insistem que o homem nasce morto em pecado e, portanto, são “iguais a um cadáver” em suas habilidades de responder à verdade de Deus que dá vida. Portanto, de acordo com sua lógica, Deus deve trazer o cadáver de volta à vida para que ele certamente creia na verdade revelada de Deus.[5]

Alguns calvinistas argumentarão que a ordem de regeneração e da fé é uma ordem lógica, e não temporal, o que significa que os dois acontecem simultaneamente dentro do tempo. Eles ensinam que no momento em que a pessoa nasce de novo, ela virá à fé. No momento em que ela é regenerada, também deposita sua confiança em Cristo. Tudo acontece num instante de tempo. No entanto, logicamente, enquanto pensamos sobre essa transação, devemos por nisto uma ordem causal. A Bíblia indica que uma pessoa deve ser regenerada para que possa crer ou a Bíblia ensina que uma pessoa deve crer para ser regenerada? Precisamos da vida para crer, ou precisamos crer para termos a vida? Essa ordem lógica é o que está em disputa.

O que não está em disputa é que a regeneração é o ato soberano de Deus pelo qual Ele comunica Sua própria vida e Sua própria natureza ao pecador crente (Jo. 1:12-13; Tt. 3:5). O primeiro nascimento do homem é natural; Seu segundo nascimento é espiritual e sobrenatural. Seu primeiro nascimento faz dele um membro de uma raça decaída; seu segundo nascimento faz dele um membro de uma raça redimida. Seu primeiro nascimento lhe dá uma natureza depravada (Ef. 2:3); seu segundo nascimento o torna participante da natureza divina (IIPed. 1:4). No momento em que uma pessoa nasce de novo ele recebe uma nova vida (Jo. 6:47; IJo. 5:12) e uma nova posição como filho de Deus (Jo. 1:12; IJo. 3:1-2). Em suma, ele é uma nova criatura em Cristo (IICor. 5:17).[6] Todos nós podemos afirmar tais verdades.

Mas o que a Escritura realmente diz sobre a ordem lógica da nova vida e a responsabilidade do homem em alcançá-la? Qual vem primeiro, a nova vida ou a fé? Vamos observar:

Ezequiel 18:30-32

“Portanto, eu vos julgarei, cada um conforme os seus caminhos, ó casa de Israel, diz o Senhor Deus. Tornai-vos, e convertei-vos de todas as vossas transgressões, e a iniqüidade não vos servirá de tropeço. Lançai vós todas as vossas transgressões com que transgredistes, e fazei-vos um coração novo e um espírito novo; pois, por que razão morreríeis, ó casa de Israel? Porque não tenho prazer na morte do que morre, diz o Senhor Deus; convertei-vos, pois, e vivei”.

A ordem claramente apresentada é a seguinte:

“Tornai-vos e convertei-vos… Lançai vós…”
“… fazei-vos um coração novo e um espírito novo;”

O versículo 32 torna ainda mais simples:

“convertei-vos, pois…”
“… e vivei.”

A vida vem pelo arrependimento, e não o contrário.

Atos 11:18

“E, ouvindo estas coisas, apaziguaram-se, e glorificaram a Deus, dizendo: Na verdade até aos gentios deu Deus o arrependimento para a vida.”

A ordem claramente apresentada é a seguinte:

“arrependimento para…”
“… a vida.”

Os gentios não receberam a vida para o arrependimento, mas exatamente o oposto, de acordo com o texto. E o evangelho é o meio que Deus concede à humanidade a capacidade de crer. Ele enviou o evangelho primeiro aos judeus e depois aos gentios o qual possibilitou sua resposta de fé (Rom. 1:16; 10:14-17).

João 5:40

“E não quereis vir a mim para terdes vida.”

A ordem claramente apresentada é a seguinte:

“vir a mim…”
“… para terdes vida”.

João 6:53

“Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos.”

A ordem claramente apresentada é a seguinte:

“… se não comerdes a carne… e não beberdes o seu sangue” (pela fé)
“… não tereis a vida em vós mesmos.”

João 6:57

“Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim.”

A ordem claramente apresentada é a seguinte:

“quem de mim se alimenta…” (pela fé)
“… viverá”

João 20:31

“Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.”

A ordem claramente apresentada é a seguinte:

“Estes, porém, foram escritos…” (escrituras)
“… para que creiais…”
“… crendo, tenhais vida…”

A vida é claramente um fruto da fé e do arrependimento, e não o contrário.

Atos 15:9

“E não fez diferença alguma entre eles e nós, purificando os seus corações pela fé.”

A ordem claramente apresentada é a seguinte:

“Purificando os seus corações…”
“… pela fé.”

Não diz que Ele purificou seus corações pela regeneração, para fazê-los ter fé. Claramente, um coração purificado é um fruto da fé, e não o contrário.

João 1:12,13

“Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus”.

O direito de nascer de Deus é dado apenas àqueles que creem.

A ordem claramente apresentada é a seguinte:

“… todos quantos o receberam…”
“… deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus…”

A você não é dado nem mesmo o direito de se tornar um filho de Deus, muito menos nascer de novo como Seu filho, A MENOS QUE você “o receba” e “creia em seu nome”. E ao passo que por nossa confiança em Cristo é responsabilidade do homem, a obra de regeneração é todo de Deus. Não vem por herança, casamento, obras ou esforços (Rom. 9:30-32).

Gálatas 3:26

“Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus”.

A ordem claramente apresentada é a seguinte:

“… todos sois filhos de Deus…”
“… pela fé em Cristo Jesus.”

Obviamente, tornar-se um filho (nascido de Deus) é um fruto da fé, e não o contrário.

João 12:36

“Enquanto tendes luz, crede na luz, para que sejais filhos da luz.“

A ordem claramente apresentada é a seguinte:

“… crede na luz…”
“… para que sejais filhos da luz.”

Efésios 1:13

“Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo também nele crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa”

A ordem claramente apresentada é a seguinte:

“… depois que ouvistes a palavra da verdade… tendo também nele crido…”
“… fostes selados…”

Gálatas 3:2,5

“Só quisera saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pregação da fé? […] Aquele, pois, que vos dá o Espírito, e que opera maravilhas entre vós, o faz pelas obras da lei, ou pela pregação da fé?”

A ordem claramente apresentada é a seguinte:

“… recebestes o Espírito…”
“pregação da fé”.

II Coríntios 3:14-16

“Mas os seus sentidos foram endurecidos; porque até hoje o mesmo véu está por levantar na lição do velho testamento, o qual foi por Cristo abolido; e até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre os corações deles. Mas, quando se converterem ao Senhor, então o véu se tirará.”

A ordem claramente apresentada é a seguinte:

“… quando se converterem ao Senhor…”
“… então o véu se tirará”

I Timóteo 1:16

“Mas por isso alcancei misericórdia, para que em mim, que sou o principal, Cristo Jesus mostrasse toda a sua longanimidade, para exemplo dos que haviam de crer nele para a vida eterna”.

A ordem claramente apresentada é a seguinte:

“… dos que haviam de crer nele…”
“… para a vida eterna.”

Colossenses 2:12

“Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos”.

A ordem claramente apresentada é a seguinte:

“… batismo, nele também ressuscitastes…”
“… pela fé…”

Tiago 1:18

“Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas”.

A ordem claramente apresentada é a seguinte:

“… nos gerou…”
“… pela palavra da verdade…”

Os calvinistas ensinam que a palavra da verdade certamente será rejeitada pelos não regenerados, assim como o apóstolo pode dizer que a palavra pode ser o meio de um novo nascimento? O Nascimento deve preceder a palavra se o calvinismo é verdadeiro, e isso não é o que o texto claramente indica.

O carcereiro filipense perguntou: “que é necessário que eu faça para ser salvo?” (At. 16:30). Se Paulo fosse calvinista, ele deveria ter respondido: “Tu nada podes fazer para seres salvo. Tu nascestes como um cadáver morto em teus pecados, e um defunto nada pode fazer. Se Deus te fizer viver, então tu serás convencido a crerás em nosso evangelho.” Mas Paulo não hesita em simplesmente dizer:“ Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo” (At. 16:31). Crede então para teres uma nova vida. Arrepende-te e vivei! Esse é o apelo do evangelho enviado para que todos o ouçam e o respondam.

NOTAS:
[1] O sermão de John Piper pode ser acessado online no link <https://www.desiringgod.org/messages/regeneration-faith-love-in-that-order&gt;.

Considere este artigo do Dr. David Allen do Southwestern Baptist Theological Seminary [Seminário Teológico Batista do Sudoeste ] em IJo. 5:1:

I JOÃO 5:1

I João 5:1 declara: “Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo, é nascido de Deus […]”[29] “aquele que crê” está no tempo tempo presente particípio. “Nascido” é um verbo no tempo perfeito. Alguns calvinistas sugerem que o tempo perfeito indica ação passada completa com resultados contínuos e concluem que a fé é o resultado do nascer de novo. O argumento é que o verbo “nascido” está no tempo perfeito denotando uma ação que precede a fé no particípio “aquele que crê”.

Esta é uma interpretação injusta e errônea. Considere dois exemplos. João 3:18 declara: “Aquele crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado […]” “Quem crê” é um particípio presente. “Não é condenado” é um verbo no tempo perfeito. No entanto, aqui está claro que o “crê” precede “não é condenado”. Considere IJoão 5:10: “quem a Deus não crê, mentiroso o fez […]” “quem a Deus não crê” traduz um particípio presente. “fez” traduz um verbo perfeito. Aqui, novamente, o verbo no tempo perfeito, “mentiroso o fez”, é um resultado do particípio presente, “não crê”, não a sua causa.

Muitos calvinistas argumentam que o uso de “nascido” no tempo perfeito produz uma série de resultados expressos pelos particípios presentes, e a fé é uma delas. No entanto, a exegese sempre supera a teologia sistemática. Da mesma forma, o contexto e a estrutura da sentença superam a teologia. Vamos comparar João 3:18 com I João 5:1 para ver se o uso de “nascido” no tempo perfeito produz o resultado da fé. Observe que a ordem dos eventos em João 3:18 é A, logo B. Em I João 5:1, a ordem é B, então A. Ambos fazem uso do tempo perfeito. A mesma estrutura gramatical que coloca o nascer de Deus antes da fé também pode ser usada para descrever a justificação como ocorrendo depois da fé. Veja Rom 5:1. A gramática dos versos não trata de uma ordo salutis. O uso do tempo perfeito em grego não fornece nenhum suporte para a noção de regeneração que precede a fé.[30] Sugerir o contrário é não distinguir entre tempo verbal e aspecto nos verbos e vocábulos gregos.

Além disso, com relação a I João 5:1, contextualmente o simples ato inicial de crer não está em consideração por João. João está falando acerca da vida de fé em curso como um crente. Obviamente, o novo nascimento precede a vida de fé em curso. Mas isso é algo completamente diferente de dizer que o novo nascimento precede o ato inicial de fé. O uso de João de “nascido” em nenhum lugar exclui a possibilidade da fé que precede a regeneração. Pode-se argumentar pela regeneração que precede a fé, mas não se pode argumentar contra a fé que precede a regeneração. O máximo que se pode dizer do particípio presente grego e da combinação de verbos no tempo perfeito é que as ações são contemporâneas.

O contexto mais amplo dos escritos de João indica que ele não ensinaria que a regeneração precede a fé e em outros lugares ensina que a fé é uma condição para a vida como ele faz em João 20:31. Isso impede a possibilidade de regeneração que precede a fé.

Três conclusões, então, estão em ordem:

1. Não há texto bíblico que conecte fé e regeneração em uma estrutura gramatical que prescreva uma ordem que apóie a regeneração como precedendo a fé. Tampouco há qualquer declaração na Escritura que exclua a fé como precedendo a regeneração.

2. Existem textos bíblicos conectando fé e regeneração que apóiam a fé como precedendo a regeneração.

3. Existem textos que parecem impedir a possibilidade da regeneração como precedendo a fé. Não há em qualquer lugar da Escritura que diga diretamente que a regeneração precede a fé. Essa é uma dedução teológica feita por alguns calvinistas que é dirigida mais pelo sistema deles do que pela Escritura. A Escritura diz coisas como: “Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo”, como Paulo disse ao carcereiro filipense em Atos 16.

****************************************
[29] Para esta seção, tenho me apoiado fortemente na excelente obra de Brian Abasciano, “Does Regeneration Precede Faith? The Use of IJohn 5:21 and as Proof Text” [A Regeneração Precede a Fé? O Uso de IJoão 5:21 como texto prova], 307–322. Abasciano fornece a melhor e mais substantiva análise gramatical grega da questão com respeito a IJoão 5:21 que já vi em qualquer lugar.
[30] Um excelente apontamento foi feito por Dan Musick em um post seu sobre este assunto. Musick examina vários textos para os quais os calvinistas apelam num esforço para apoiar a noção de que a regeneração precede a fé. (Fonte: <http://baptistcenter.net/journals/JBTM_11-2_Fall_2014.pdf&gt;)

[2] C. Gordon Olson, Beyond Calvinism and Arminianism [Para Além do Calvinismo e do Arminianismo], p. 39.

[3] R. C. Sproul acredita que a regeneração precede a fé. Mas apesar de sua doutrina, ele escreveu uma vez o seguinte: “Uma vez que Lutero compreendeu o ensinamento de Paulo em Romanos, ele nasceu de novo” (R. C. Sproul, The Holiness of God [A Santidade de Deus], edição de 1993, p. 144). Ele deve ter escrito estas palavras às pressas porque para ser coerente com a sua teologia ele deveria ter dito assim: “Uma vez que Lutero nasceu de novo, ele compreendeu o ensinamento de Paulo em Romanos”. Se a regeneração precede a fé, isso tornaria a fé desnecessária já que a pessoa já estaria salva. Se uma pessoa é regenerada, então ele é nascida de Deus, um membro da família de Deus e um possuidor da vida eterna. Se você é um membro da família de Deus e um possuidor da vida eterna, então você já está salvo. Então, qual é a necessidade da fé? Charles Spurgeon reconheceu a loucura de dizer que o pecador deve ser regenerado antes de crer: “Se eu tiver de pregar a fé em Cristo a um homem que é regenerado, então o homem, sendo regenerado, já está salvo, e é um coisa desnecessária e ridícula para mim, pregar-lhe a Cristo, e pedir-lhe para crer, a fim de ser salvo quando ele já está salvo, sendo regenerado. Devo tão somente pregar fé aos que já a possuem? É, deveras, absurdo! Não se espera até que o homem estar curado para depois lhe trazer o remédio? Assim é a pregação de Cristo para os justos e não para os pecadores” (Sermão intitulado “The Warrant of Faith” [A Ordem de Fé]).

[4] Exemplos de outros pontos em que os calvinistas simplesmente não concordam entre si:

(1) Expiação: Phil Johnson, Presidente do ministério Grace to You, escreve: “Mas segundo, não imagine que haja apenas uma visão para a posição da Expiação Limitada e outra para a posição da Expiação Ilimitada. Como se houvessem dois polos opostos aqui e eles competem uns contra os outros. Esta não é realmente uma posição e/ou mesmo entre os calvinistas. E, de fato, historicamente, os debates mais intensos sobre a Expiação Limitada ocorreram nos últimos 400 anos, todos eles foram debates intramurais por os calvinistas, entre calvinistas […] Há pelo menos seis possíveis interpretações calvinistas [das escrituras] […] eu quero encorajá-los a ler Andrew Fuller e Thomas Boston. Leia o que pessoas como Robert L. Dabney e William G. T. Shedd e B. B. Warfield e Charles Hodge escreveram sobre o tema da expiação. Leia John Owen também, mas não imagine que o livro de John Owens, The Death of the Death in the Death of Christ [A Morte da Morte na Morte de Cristo], represente a única forma do pensamento calvinista sobre o assunto. Não. De fato, está longe de ser.”

(2) O amor de Deus por todos: John MacArthur escreve: “Estou preocupado com a tão frequente tendência de alguns jovens recentemente apaixonados pela doutrina reformada — que insistem em que Deus não pode amar aqueles que nunca se arrependem e creem. Eu me deparo com tal visão, me parece, com freqüência crescente […] Infelizmente, Pink levou o corolário longe demais. O fato de alguns pecadores não serem eleitos para a salvação não é prova de que a atitude de Deus para com eles seja completamente desprovida de amor sincero”.

(3) Controvérsia Lapsariana:

Os calvinistas estão seriamente divididos entre si e sempre foram. Existe o Supralapsarianismo. Sublapsarianismo vs. Infralapsarianismo. ‘Os supralapsarianos afirmam que Deus decretou a queda de Adão; os Sublapsarianos, que ele a permitiu’ (McClintock & Strong). Os calvinistas do Sínodo de Dort estavam divididos em muitas questões, incluindo o lapsarianismo. Os calvinistas suíços que escreveram a Fórmula do Consenso Helvético em 1675 estavam em conflito com os calvinistas franceses da Escola de Saumur. Existem Calvinistas Estritos e Calvinistas Moderados, Hiper e não Hiper (diferindo especialmente na reprovação e na extensão da expiação e se Deus ama todos os homens), 5 pontos, 4 pontos, 3 pontos, 2 pontos. Na América, os calvinistas foram divididos em Velha Escola e Nova Escola. Como vimos, os calvinistas da Inglaterra eram divididos no século XIX.

Portanto, sempre que alguém tentar declarar a teologia da TULIP e depois refutá-la, haverá calvinistas que argumentarão com você que você está deturpando o calvinismo. Não é tanto para você talvez deturpar o calvinismo, não obstante. Você pode estar citando diretamente vários calvinistas ou mesmo o próprio Calvino. O problema é que você está deturpando o seu calvinismo! Existem calvinistas Calvino e calvinistas Thomas Fuller, calvinistas presbiterianos e calvinistas batistas, calvinistas Arthur W. Pink e muitos outros tipos de calvinistas. Muitos calvinistas nunca leram, eles próprios, As Institutas de Religião Cristã, de Calvino. Eles estão apenas seguindo alguém que segue alguém que supostamente segue Calvino (o qual, segundo ele próprio admite, seguiu Agostinho).

(4) O desejo genuíno de Deus para que todos sejam salvos: Veja este clipe: <https://www.youtube.com/watch?v=ompGKlHqCBo>.

(5) O decreto permissivo de Deus e sua implicação em causar o mal moral: Veja:  <https://soteriology101.com/2015/10/27/does-god-bring-about-the-abuse-of-children-for-his-own-glory/>

(6) A “ordo salutis” (ordem temporal versus ordem lógica)

[5] Mais sobre este ponto é discutido aqui: <<a href="https://soteriology101.com/2015/02/03/the-walking-dead-mans-fallen-condition/&gt; e aqui: https://soteriology101.com/2015/02/03/the-walking-dead-mans-fallen-condition/&gt; e aqui: <https://soteriology101.com/2015/08/16/disabled-from-birth-by-gods-design/>, com muitas referências.

[6] Veja <http://www.middletownbiblechurch.org/reformed/regenera.htm>.

Fonte: <https://soteriology101.com/2018/06/27/does-regeneration-precede-faith-2/>

Traduzido em português por Ícaro Alencar de Oliveira. Rio Branco, Acre, Brasil. 13 de agosto de 2018. 

Deixe um comentário

Tendência

Blog no WordPress.com.