Por W. E. B.

(Publicado em “O Jornal Baptista” (10 de julho de 1901), Ano 1. Nº. 18. p. 2. Mantida a grafia original)

A egreja christã (ekkleesia), significando assembléa ou congregação, é differente da congregação da dispensação mosaica, ou egreja no deserto. Act. 7:38. Porque, até a vinda de Christo, ella era uma coisa do futuro; o que é provado pela asserção de Jesus em Math. 16:18: “Sobre esta pedra edificarei a minha egreja”; mostrando que a mesma ainda não tinha sido edificada.

E, é também differente do reino do Millenio, o que seguil-a-ha.

A egreja é a companheira de Christo em suas humilhações, manifestando seu soffrimento e cumprindo as afflicções predictas. Col. 1;24; II Cor. 1:5,6; Phil. 3:10; II Tim. 1:8.

O Reino é a manifestação da gloria de Christo (I Ped. 1:11), quando elle se assentar no throno da sua gloria”, e quando os que tiverem soffrido com elle durante o tempo das suas provações, forem tambeme exaltados á auctoridade de poder soberano. Math. 19:28; Luc. 22:28-30. Este reineo approximou-se, Luc 10:9,11, (ou se ia chegando, como a mesma palavra grega fiz, Luc. 12:33; Heb. 10:25), quando Jesus, o Rei, chegou. Tanto que, os tres discipulos,á companhia dos quaes o mestre pareceu dar preferencia, observaram um goso futuro da gloria e poder desse reino, sobre o monte da transfiguração; Math. 16:28; 17:1 a 9; Marc. 9:1 a 10; Luc. 9:27, 36, e especialmente II Ped. 1:15 a 18.

Porem os judeus regeitaram o reino e iraram a vida ao Rei. Elles não quizeram que Jesus reinasse sobre elles, e portanto, o reino não “apareceu immediatamente”. Assim veio a ser como “certo homem nobre que partiu para uma terra remota a tomar para si um reino e voltar depois”. Luc. 19:11 a 27. Nesta parabola Jesus distinctamente ensinava que o Reino estava no futuro.

Referia-se ao futuro quando Christo disse: “Eu vos digo que não a comerei mais (a Paschoa), até que ella se cumpra no reino de Deus”; e outra vez: “e digo-vos que, desde agora, não beberei mais deste fructo da vida até aquelle dia em que o beber de novo convosco no reino de meu pae”. Luc. 22:16 a 18; também Math. 26:29; Marc. 14:25.

O ladrão referia-se ao futuro quando exclamou: “Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino”. Luc. 23:42. José de Arimathéa, o que sepultou Jesus, “tambem esperava o reino de Deus”, o que dava a entender o mesmo: ainda é coisa do futuro. Marc. 15:43.

Era tambem do futuro, aquelle de que Paulo fallava quando ao exhortar os discipulos a permanecerem na fé dizia: “que por muitas tribulações nos importa entrar no reino de Deus”. Act. 14:22. Era no futuro que os perseguidos thessalonicenses esperavam mesmo em soffrimentos e provações serem “havidos por dignos no Reino de Deus”. II Thess. 1:4 a 5.

Era, decididamente referindo-se ao futuro quando annos depois um outro apostolo exhortava deste modo:

“Portanto, irmãos, procurae fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. Porque assim nos será abundantemente dad a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Christo”. II Ped. 1:10 e 11. E, assim tem sido em todo o tempo, triste historia da fiel e piedosa egreja, emquanto ella tem soffrido as perseguições de fogo, inquisição, exilio, sarcasmo e falsa acusação. II Tim. 3:12.

E continuará a ser futuro até que Jesus “havendo tomado o Reino (Luc. 19:15) volte a recompensar com tribulação aquelles que tiverem atribulado a egreja (Luc. 19:27; II Thess. 1:6 a 10) e “se assentar no throno da sua gloria”. Math. 29:28).

Então o Reino, que, durante estes seculos tem permanecido envolto em mysterio (Math. 13?11; Marc. 4:11. Luc. 8:10), será manifestado em poder e gloria. Math. 13:43; Luc. 13:25 a 29; Rom. 8:17 a 23.

Então será que “os reinos do mundo tornarão-se o Reino de nosso Senhor e do seu Christo”. (Ap. 11:15; Dan. 7:14), e então o reino será dado aos santos do Altíssimo. Luc. 12:32; Dan. 7:18 a 28.

Portanto, nós oramos, como Jesus nos ensinou:

“VENHA O TEU REINO”.

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